Maioria dos cariocas acha camelôs prejudiciais ao Rio
Pesquisa feita pelo Instituto Rio 21 mostra que 61,8% acham o número atual de camelôs prejudiciais ao Rio. Na Zona Sul, chega a 70%. Mas em todas as regiões a conclusão da maioria é a mesma.
O Instituto Rio21 foi às ruas do Rio de Janeiro para saber sobre os hábitos e a opinião dos cariocas sobre diversos temas. E quem está na rua no Rio de Janeiro, sabe que precisa se desviar toda hora de um camelô, e não por acaso a maioria absoluta dos entrevistados acredita que a atual quantidade de camelôs nas ruas é muito prejudicial à cidade.
37,6% concordaram muito com a afirmação acima, enquanto 24,2% concordam pouco. 9,3% nem concordam, nem discordam, ou seja, são indiferentes. Já favoráveis aos camelôs são 13,5% que discordam muito que sejam prejudicais e 15,4% que discordam pouco. Se somarmos todos os que concordam que os camelôs são um problema para a cidade, chegamos a um percentual vultoso e considerável de 61,8%. A maioria absoluta dos cariocas se opõe ao comércio informal nas ruas da cidade.
Os moradores da Zona Sul são os que mais creem nos ambulantes como prejudicais, 52% concordam muito com que a quantidade camelôs é prejudicial ao Rio, 18% concordam pouco: são impressionantes 70% de oposição à atual situação de comércio informal nas ruas. 12%, não concordam nem discordam. Enquanto 6% discordam totalmente e 13% discordam pouco.
A Zona Norte é onde o camelô encontra seu maior apoio, ainda que minoritário: 18% discordam muito, 13% discordam pouco, 12% são indiferentes. Mas ainda assim, a maioria absoluta dos moradores da zona norte consideram a camelotagem nos níveis atuais prejudicial à cidade: 58%. Já 33% concordam muito e 25% concordam pouco. Ou seja, mesmo na região os camelôs não encontram simpatia da maioria dos cariocas.
No Centro do Rio, uma das áreas mais castigadas pelo comércio irregular, 40% concordam muito, 20% concordam pouco, 13%, não concordam nem discordam, 10% discordam totalmente e 17% discordam pouco. Ou seja, simplesmente 6 em cada 10 cariocas do Centro concordam que a quantidade de camelôs nas ruas é um problema.
E, finalmente, na Zona Oeste, 40% concordam muito, 20% concordam pouco, chegando ao mesmo percentual – de maioria absoluta de 60% – que os cariocas do Centro. A Zona Oeste também sofre demais com o comércio informal nas ruas. 12%, não concordam nem discordam, 10% discordam totalmente e 15% discordam pouco.
Já quando a divisão é em faixa etária, se vê uma grande diferença entre quem apoia e quem não apoia os camelôs. Na faixa acima de 70 anos, 71% concordam muito, 9% concordam pouco. 5%, não concordam nem discordam, 6% discordam totalmente e 10% discordam pouco.
Já entre os muito jovens, 16 a 24, se inverte, com a maioria pró-ambulantes, 8% concordam muito, 24% concordam pouco. 10%, não concordam nem discordam, 32% discordam totalmente e 26% discordam pouco. A população jovem é a única cuja maioria absoluta opina a favor dos camelôs.
Entre 25 e 34 anos já aumenta consideravelmente, 21% concordam muito, 24% concordam pouco. 9%, não concordam nem discordam, 23% discordam totalmente e 22% discordam pouco. Quase um empate.
De 35 a 44 anos, 33% concordam muito, 32% concordam pouco. 11%, não concordam nem discordam, 9% discordam totalmente e 15% discordam pouco. Impressionantes 65% contra os camelôs e mascates.
Na faixa dos 45 a 54 anos, 58% concordam muito, 21% concordam pouco. 7%, não concordam nem discordam, 1% discordam totalmente e 13% discordam pouco.
Daqueles que tem entre 55 e 69 anos, 60% concordam muito, 23% concordam pouco. 9%, não concordam nem discordam, 4% discordam totalmente e 6% discordam pouco. Os cariocas mais velhos não são nada compreensivos com comércio informal: mais de 83% reprovam a situação atual da cidade com relação ao comércio de rua.
A conclusão da pesquisa é uma clara oposição do carioca à atual quantidade de pessoas exercendo atividades de comércio informal nas ruas do Rio de Janeiro, considerando a modalidade prejudicial à cidade do Rio de Janeiro. Menos um tabu a ser quebrado.
A pesquisa foi feita pelo Instituto Rio21, com 714 respondentes, entre os dias 10 de fevereiro e 8 de março. Por amostra não probabilística ponderada por características
populacionais (faixa etária, zona da cidade de moradia e raça, segundo dados do Censo 2010 (IBGE) para a cidade do Rio de Janeiro)